Kruptós

Sunday, July 09, 2006

KRUPTÓS


Clichè seria falar sobre qualquer coisa, já que sei pouquíssimo a respeito de tudo(não há conexão lógica entre as duas sentenças pronunciadas anteriormente; mas, afinal, qual a conexão que não é lógica e, além do mais, nada disso é verdade).

Ah, “nevermind the bollocks”, disse um punk rocker em 1976.

Mas, afinal, qual a importância disso tudo?

Botos cor-de-rosa não ficam bem em filmes preto-e-branco; nunca tente filmar um em Super 8.

Por que os almanacões de hoje não são como os de antigamente?

Porque

"Sempre era o que era e sempre será. Pois, se tivesse vindo a ser, necessariamente nada seria(existiria), antes de vir a ser. Por conseguinte, se nada fosse, de modo algum viria a ser de nada."
(Melisso de Samos, fragmento 1)

e

"No mesmo rios entramos e não entramos, somos e não somos"
(Heráclito de Éfeso, fragmento 49a)

Colocadas as coisas dessa forma, vemos respostas que denotam não simples adversários no pensar, mas sim antagonistas.

“Não ireis parar com matança de sinistros ecos? Não vedes que uns aos outros vos devorais em desmazelos da mente?”

(Empédocles de Agrigento, fragmento 136)


Eu não disse nada. O Nada é que falou através de mim.

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Isso não é o que você pensa. Os caminhos do pensar não são caminhos mas, antes de tudo, podem ser recolocados e refeitos desde o seu começo até um fim que nunca existiu, pois o pensar por si só não possui esse fim.

“Pensar é a limitação a um pensamento que em algum tempo permanece fixo como uma estrela no céu do mundo”, disse Heidegger. “O pensar permanece firme ao vento da coisa”, disse também ele.

Pois

“O Ser e o pensar são o mesmo”; Parmênides.

Não me envergonho, pois estás entretido/a. Eu é que me alieno como o Louco, o único são das histórias em quadrinhos, jogando granadas dentro da boca do Cebolinha, esperando que o pobre garoto perdido de cinco fios de cabelo entenda como as coisas enfim não passam de absurdo no qual nós, enquanto seres (ir)racionais, tentamos pôr regras.

Por que afinal existe o mundo e não antes o nada?

Enquanto isso, mais precisamente em outro tempo, Lewis Carrol se encontra no buraco da toca do coelho que não parece ter fim, lugar este onde milênios antes Alice teria caído, quando nada havia para ser infinito.

Se as coisas parecem organizadas, há alguma coisa de errado.

Que tempo é esse que parece (ser) como hodKasf??

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Penso se o que estou a pensar é alguma coisa que já foi pensada antes. Afinal, pensar sobre o pensar não é novidade.

Solução: pensar sobre o pensar sobre o pensar.

Pensar sobre o pensar sobre o pensar é como caminhar na reta dos números tentando enfim encontrar um limite para o infinito.

Transgredir faz parte da tradição, portanto

“Let’s kill rock ‘n roll”(System of a Down)

Um dinossauro que já está morto, afinal. Tudo o que digo aqui é efêmero, não Evêmero de Agrigento, aquele que primeiro disse os deuses serem apenas imagens aumentadas abstratas criadas a partir de homens que porventura se mostraram poderosos. Evêmero morreu cedo demais. Também pudera, nasceu em 330 a.C. O que morreu cedo demais é o não-nascido, dizia Heidegger sobre Trakl.

“Ouvindo descompassados assemelham-se a surdos; o ditado lhes concerne, presentes estão ausentes."(Heráclito, fragmento 34)

Céus desabam sobre nossas cabeças sem lugar. O vazio finalmente pesa, como um gesto tão distante que não chega a falar, mas sim evocando em seu aceno a mensagem trazida pelos deuses:

“E na medida em que os mais tênues se encontraram na queda.”

(Empédocles de Agrigento, fragmento 104)

Corram, corram, lendas dos pirulitos sem cabeça. Por mais que sejam rápidas, a mão que balança o berço da terra(o céu) e manipula os homens de cabeça para baixo, fazendo tudo parecer sagradamente absurdo nunca os alcançará, pois já os detém sempre de antemão, ainda que a verdade se re-vele, como velamento do Ser.

A colocação que começou como apontamento de um lugar revelou um não-topós que não chega nem de longe a ser uma utopia. Mas para isso ficar claro deve-se ler tudo desde o início, e depois alternando-se na razão de dois parágrafos, e por fim lendo-se de cabeça para baixo(não o texto, o leitor). O leitor que lê a si mesmo é aquele que perdeu-se na quietude que carrega consigo a estranheza. Tal quietude toma quieta o leitor pelo arrebatamento, quieto.



Arrebatamento, quieto.

Arrebatamento, quieto.
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