AMANHECER DA PRIMAVERA #2
Ela é fruto de anis; seu colo está cheio de lusco-fusco entusiasmado. A ferrugem de outubro agora dá lugar a estranhas noites de beijos pensados. De quando o anjo cerúleo de pernas estrangeiras nascia à janela que se abria, em julho morno. Asas abrem. Visto do topo da mais negra das montanhas, o mar estende-se em silêncio azul. Portando olhos incisivos, poema convida o filho noturno para a dança de dias em transe. Resquícios de inverno em novembro varrem pedaços da dor do amor, espalhados na neve que resta. Por boca imaculada, doce voz cantarola as folhas da florescência. Sonhos de bosques regados por oblíqua luz povoam o espírito do forasteiro. Corri até a mais clara das flores, então descobri que ela só crescia à noite, para morrer no amanhecer do meu dito.
De súbito, veio à tona futuro presentado em pétalas azuladas e desejos sutis.
De súbito, veio à tona futuro presentado em pétalas azuladas e desejos sutis.